terça-feira, 22 de setembro de 2009

Dia mundial sem carro

Hoje é o dia mundial sem carro. Provavelmente a chuva desencorajou bastante quem pretendia deixar o carro na garagem e ir trabalhar ou estudar utilizando sua bicicleta, transporte público, ou indo apé mesmo.

Numa cidade como São Paulo, com 11 milhões de habitantes aproximadamente, 6 milhões de carros é muita coisa. A cada 2 habitantes, mais de 1 tem carro.
Ando de trem e metrô quase todos os dias, e não sofro com o trânsito. Porém, conheço bastante gente que depende de seu veículo e sofre com os congestionamentos todos os dias

As facilidades de adquirir um carro são grandes. Basta ir à concessionária, financiar em 1000000 vezes e pronto. Qualquer um que trabalha e tem sobras no final do mês consegue comprar um veículo. Sem contar que no mundo capitalista, consumista e fútil em que vivemos, a aquisição de um carro é bem compreensível.

Quando falamos em congestionamento, devemos lembrar que o governo é que não investiu em transporte público, e ao invés disso, preferiu construir rodovias. Nessa mesma época, os europeus e nossos hermanos argentinos já tinham um grande sistema ferroviário. Por que não fizemos o mesmo? Atrair empresas gringas para o Brasil era prioridade. Qual empresa automobilística iria se instalar num país, se neste não houvesse rodovias para os carros andarem?
A ganância por lucro passou por cima dos interesses da maioria. A população veio em segundo plano. Éramos e ainda somos ferramentas. Servíamos e ainda servimos apenas para comprar, consumir. As idéias introduzidas em nossa mente nos estimulando a comprar são constantes.

Assistindo televisão esses dias, vi um comercial que me chamou atenção. Era uma propaganda de moto, creio que da Honda, com o seguinte slogan: Liberte-se. A expressão simboliza a independência - "Você com sua moto pode fazer o que quiser, ir aonde quiser, é livre, independente, não precisa pegar trem nem ônibus, basta comprar!".
Além disso, conforme consta no site http://www.apocalipsemotorizado.net/2006/12/01/gentileza-ou-egoismo/, pasmem, no próprio trem existe uma propaganda estimulando à compra de veículos. Com o slogan: "Seja gentil, libere seu lugar no trem", e uma mulher com uma chave enorme de carro na mão, o Banco do Brasil nos mostra uma grande irresponsabilidade social.

Espero que daqui pra frente a consciência dos governantes aumente um pouco. Não podemos nos contentar apenas com campanhas contra o fumo, enquanto a quantidade de carros vendidos se mantém altíssima todos os anos. Este ano por exemplo, mais de 1 milhão de novos carros estão circulando por SP. A conscientização das pessoas é fundamental. Na Europa por exemplo isso ja foi cogitado. Propagandas referentes ao prazer e às vantagens que um carro proporcionam iriam ser substituídas por propagandas informando a quantidade de CO2 emitido pelo carro a ser vendido.
Não digo nem ano que vem, mas tomara que num futuro próximo, as bicicletas e o transporte público sejam mais utilizados, a ponto de não precisarmos de um "dia sem automóvel"

Abraços

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sistema monetário - A farsa

Texto tirado de um dos melhores documentários que ja vi (zeitgeist addendum).

Por um acaso ja se perguntaram como dinheiro é criado? Talvez um dos sistemas menos compreendidos porém não menos importante pode nos dar a resposta.

O governo dos EUA precisa de 10 bilhões de dólares por exemplo. Ele então pede ao Banco Federal os 10 bilhões. O Banco responde "tudo bem, iremos imprimir 10 bilhões de dólares". O governo então adiciona símbolos a pedaços de papel e os chamam de "títulos do tesouro". Depois disso, aplicam a esses papéis o valor de 10 bilhões de dólares. Feito isso, trocam os papéis do título do tesouro pelas notas impressas pelo Banco Federal. Assim, o governo dos EUA tem em mãos 10 bilhões de dólares. Vale mencionar que após toda essa transação, o governo norte americano está devendo 10 bilhões de dólares ao Banco Federal, ou seja, o dinheiro é criado a partir de uma dívida

O que as pessoas normalmente fazem com dinheiro? Aplicam-no em um banco, é claro. E é exatamente isso que o governo faz. Ele leva os 10 bilhões recém criados e os deposita num banco. É ai que entra o sistema de "reserva fracionada". Funciona da seguinte maneira: 10% do que foi aplicado, fica como reserva no banco, e os outros 90% ficam disponíveis para empréstimos. Neste caso, 10% de 10 bilhões totalizam 1 bilhão. Normalmente alguém presumiria que esse 1 bilhão foi tirado dos 10 bilhões, restando então 9 bilhões. Porém, com o sistema de reservas fracionadas, o banco pega esse valor de 9 bilhões e o adiciona aos 10 bilhões ja existentes, totalizando 19 bilhões de dólares. Percebam que 9 bilhões acabam de ser criados do nada. Todo sistema monetário se baseia nessa prática fraudulenta de reservas fracionadas. Agora supondo que alguém pegue esses 9 bilhões emprestados no banco, e os deposite em outro banco. O sistema de reservas fracionadas entra em ação novamente. Desse 9 bilhões, 8.1 bi serão adicionados do nada aos nove bilhões iniciais. Seguindo esse mesmo caso várias vezes, percebemos que é possível criar 90 bilhões de dólares, com um depósito inicial de 10 bilhões.

Uma pergunta coerente: como esses novos bilhões criados do nada adquirem valor? Resposta: do dinheiro ja existente! Parece meio confuso, mas para facilitar a compreensão, um exemplo: 1 dólar em 1913 tinha o mesmo poder de compra de 20 dólares em 2007. Isso quer dizer que em 94 anos desde a criação do Banco Federal, o dólar desvalorizou 96%. O dólar vale cada vez menos. Quanto mais o tempo passa, menos podemos comprar com um dólar. A isso damos o nome de inflação.

Um item fundamental nesse processo que ainda não foi mencionado, mas é a chave de todo o fraudulento sistema monetário: os juros. Os 10 bilhões pegos pelo governo precisam ser pagos ao Banco Federal. Porém, não serão apenas 10 bilhões. Com os juros cobrados em cima desse dinheiro, o governo deve mais que 10 bilhões. E como irão conseguir dinheiro para pagar essa dívida? Pedindo mais alguns bilhões ao Banco Federal. Percebam que a partir daí temos um ciclo. Quanto mais dinheiro o governo pega, maior sua dívida com o B.F. Quanto maior sua dívida, mais dinheiro o governo pede, e assim sucessivamente.

Daí surge outra pergunta: se forem criados 10 bilhões de dólares, e posteriormente cobrados além desses 10 bi, mais 5 bilhões de juros, da onde o governo irá tirar esses 5 bilhões? Isto é, se todo dinheiro é criado pelo Banco Federal, e o mesmo cobra juros em cima desse dinheiro criado, onde está o dinheiro capaz de cobrir esses juros? Resposta: em lugar algum. Tenha certeza que se existe um dólar em sua carteira, também existe alguém em algum lugar do mundo que também deve 1 dólar. Se todo norte americano, inclusive o governo, pudesse quitar toda sua dívida, não haveria 1 dólar sequer circulando. O mais revoltante é pensar que com esse sistema de reservas fracionadas, a inadimplência é inevitável e, além disso, o dinheiro que nos foi emprestado surgiu do nada.

O sistema de reservas fracionadas que se espalhou pelo mundo todo é na verdade um sistema atual de escravidão. Pense nisso. O dinheiro é criado a partir de dívidas. O que as pessoas fazem quando estão individadas? Buscam um emprego para poder paga-las. Mas se todo o dinheiro só pode ser criado a partir de empréstimos, como a sociedade vai ficar livre de dívidas algum dia? Resposta: ela não pode! Ou seja, estamos condenados a competir por trabalho pelo resto da vida. Somos escravos econômicos! Para que realmente trabalhamos? Para os bancos. O dinheiro é criado lá, e inevitavelmente volta para lá.

Pense com cautela em tudo o que foi aqui mencionado, e o mais importante, não se desespere. Essa luta travada entre os poderosos e o povo foi travada há muito tempo, e tem data para terminar. Lute!

Abraços